O ENTERRO DO AMOR

Venha! vamos sonhar e viver sem demora...
Nada de brigas tolas, que maltratam o coração de quem ama...

Somos iguais em amor e ódio...
Mas queremos viver no amor...

No amor de quem vive e chora...
No desejo de quem não ama...
Na dor de quem sofre...
Na esperança de quem sente e morre...

E então... Se a morte chegar...
Desespero de quem ama
E o amor não sabe onde deve morar...

Vou cantar, então por isso balada de dor?
Sempre quis ver você feliz...
Portanto, vai... Liberta-te de mim...

Vai procurar a tua paz e leva contigo o meu pesar mais profundo...
A agonia que me sufocava todas as manhãs... Essa mania de achar que eu era tua...
Amargo sentimento que vem do teu nome...

Talvez, quem sabe me darás um dia razão... Amarás aquilo que de mal me fizera ou que de mal te fiz...
Ah! Amor, uma canção é pouco para descrever o que sinto agora... Uma saudade daquela ilusão... Caminhar seguindo apenas a tua direção... Ser levada pela correnteza das tuas mãos.

Não... Meu choro agora é diferente, pois corre solto como a brisa... Já não mais me castiga! Não tem mais a dor te ver... Abandonei o sentimento, antes que você me abandonasse...

Foi melhor assim... Enterrada viva dentro do seu coração... E quem poderá desenterrar esse amor de dentro de você? Nem o tempo, nem nossas vidas, nem a morte, nem a dor que nos separa... Nem o vento litoral que me levou embora, nem as ondas que me acertam agora, nem as cores que te prendiam a mim...

Nada poderá desenterrar esse amor... Ele descansa agora em paz! Coitado, num canto qualquer, num terreno cruel e invisível da mente, onde você jamais poderá me procurar...Pois já não sabes mais o caminho...Teus olhos foram vendados e nunca mais encontrarão os meus...Tua alma já não é mais minha, os meus sonhos já não são mais os teus...

E agora o que será de mim? O que será de você? Ao nosso redor se formará um mar de águas impuras... Nos perderemos um do outro para sempre... Nos encontraremos em outros braços... Sonharemos com outros beijos... E então seremos felizes para sempre...

Tathiane Galdino

15/02/2005